quinta-feira, janeiro 12, 2006

Editorial (JA 220/221)

Sendo o primeiro parágrafo, de natureza descritiva, chego à leitura do segundo parágrafo do editorial do JA:

"A hibridização é hoje indissociável de qualquer prática cultural que tenha a capacidade de fixar e traduzir a condição contemporânea. Superada a cultura de matriz colonial, onde o híbrido estava associado a obras menores, "eclécticas" ou "exóticas", torna-se claro para o pensamento contemporâneo que todas as práticas culturais, arquitectura incluída, assentam, consciente ou inconscientemente, em processos ou construções mentais que envolvem a hibridação."

1. se a hibridização é indissociável (como uma fatalidade ou como uma libertação ?), da prática contemporânea... o que é que estamos para aqui a desconversar?
2. "a cultura de matriz colonial" (mas qual ou quais?) foi "superada" ou será que foi "substituída" por outra (em variante da mesma?)... a famosa "Amaricana" de Hollywood?
3. não percebo de que modo se pode afirmar que a produção de híbridos culturais, sobre a influência de matrizes coloniais "estava associada a obras menores". Penso (eu de que), não a despropósito na Arte Indo-Portuguesa...
4. o ecletismo "existe" para além da consideração sobre o seu valor menor na "cultura de matriz colonial", estando nas origens da (complexa) arquitectura moderna europeia, por exemplo em H. Labrouste...
5. idem para o exotismo, com o exemplo da pintura de Gaugain...
6. nas práticas culturais híbridas de "matriz colonial", pode (e deve-se) perguntar, quem coloniza quem?

... híbrida era a arquitectura romana. O Vitruvio é que não perdia o seu Latim nos Blogs!