terça-feira, dezembro 06, 2005

O Projecto da Morte

Dachau, Disney, Disco; american supreme, Suicide, 2002

"I'm (...) against the holocaust industry (...) against kitchifying the holocaust. (...) I think it was something that defies representation; i think you cannot represent it. (...) I was trying to do something that had no center, had no edge, had no meaning, that was dumb: D-U-M-B."

Peter Eisenman, sobre o "Memorial ao Holocausto" em Berlin

Eu, pelo contrário, penso que só vale a pena "representar", qualquer coisa que "desafie a representação"... "o absoluto"... em todas as suas variantes... (imaginem como seria aborrecido alguém dizer lá pelo século primeiro que o "martírio" era "irrepresentável", ou na pátria Lusa, o Soares dos Reis a cruzar os braços em frente ao bloco de mármore, por dele não poder extrair "a melancolia" do desterrado...). Às "manifestações" que o conseguem, aos triunfos, chamamos "obras-de-arte" e aos seus criadores, coisas excessivas, como génio e outras que tal. Não é (não foi) o caso. Quanto, ao Eisenman, nada Dumb, escapa com a inteligência das suas ideias e palavras às armadilhas do "projecto".