quarta-feira, novembro 09, 2011

nascentes

imaginei (o inimaginável...) um cenário de miséria e provação extrema
as estruturas - as "instituições" Kahn... - abandonadas
superfícies comerciais em modo de utopia/distopia Archigram(anesca) (re) ocupadas por novas, novos tipos de, comunidades...
imaginei veículos abastecedores estacionados (mudam-se os tempos...) em unidades "abastecidas"
células de sobrevivência na forma (do desenho) do adorável mercado moscovita do Melnikov
casas (de tijolo) pelo exterior, casas (de papel) pelo interior, encostadas às paredes "típicas" dos gigantes de falsos "gigantes" (ditos tradicionais ou "modernos"...), como um coliseu romano a ser "absorvido" pela cidade medieva (ou como as muralhas medievais, mais tarde "engolidas", pelo crescimento da cidade moderna...)
mas aqui, agora, não é do crescimento (da cidade ou de outra coisa qualquer...) que se trata
agora virá o tempo (outro tempo...) o tempo da dissolução (disse-minação?) da cidade numa nova (?) forma de auto-sustentado ruralismo, como uma Broadacre (em pesadelo...) em reverso...
imaginei parques de estacionamento (os sistemas de rega automática devidamente "adaptados"...) passados de pífios jardins (ai as milenares oliveiras do Alqueva...) a produtivas hortas (com os golfes regressados ao arroz...)
imaginei novos (velhos...) pontões no Rio, com novos (velhos) banhos públicos em cota inundável (junto dos novos locais de culto a outros deuses...)
e novas (velhas) "barragens" nos vales próximos... apenas os de maior declive e os mais "limpos"...
imaginei pontes (para o sul) em ruínas, poentes decrépitos, a-manhãs (nascentes) que...
não é sequer original