sábado, março 12, 2011

Cases (sérios)

Modern Architecture Through Case Studies de Peter Blundell Jones é (mais) um livro legível (bem escrito), sintético (sem lá por isso redundar em ignorantes simplismos...), culto e bem informado... Quero com isto dizer que não é nem livro nem tese de arquitecto de papel jornal daqueles (nossos) que escrevem sobre a pós-modernidade e que citam Jameson e/ou Lyotard...
Como sabem todos os que alguma vez se aventuraram (à aventura) da elaboração de "listas" (e/ou de "compilações", do que quer que seja...), não existem "listas" perfeitas. Tanto, ou melhor, o sabe o autor, que na conclusão do prefácio se apressa a pedir "escusas" pelas "escusas" de Loos, Rietveld, Melnikov, Lubetkin, Prové, Schindler and others... (curiosa, no entanto, a omissão de ainda tantos outros como Gill, Plecknic, Moretti, Eames, Barragan...)
Com a "opção" de analisar apenas uma obra por autor (a excepção à regra é o primeiro capítulo dedicado ao conjunto dos autores presentes em Weissenhofsiedlung) e sem se (deixar) prender a qualquer critério (por "décadas" ou outro) "temporal", o livro concentra "baterias" (é uma guerra, babe!) na primeira metade do século XX (12 em 16 "cases") e, em particular, na fundamental e decisiva (o que é que querem, é verdade) década de 20 (7, 8, 9... em 12).
A quatro obras (ou as três obras e o projecto) da segunda metade do século XX acabam por "desequilibrar" a "selecção" que, segundo o autor (no mesmo prefácio), se quis, se pretendeu (em inglês não parece tão mau...) como um "rico balanço de interesses". A passagem da Usoniana Rosenbaun (FLW, 1939 - e ai como apetece um "exercício crítico" de... recriação...) ao projecto de Hans Scharoun para o teatro de Mannheim resulta particularmente... descompassada.
Terminar, fechar, o livro, com o museu Kimbell de Kahn (o último dos "heróicos" maiores-que-a-vida e o arquitecto "charneira" do século "passado") não oferece contestação. Daí para cá nada mais haveria (mesmo...) de parecer o mesmo...
Uma óptima, educativa, instrutiva estimulante e prazenteira leitura. (Recomendada a todos os "estudantes" e demais amadores...)
Eu, do já conhecido "jogo" dos pilares (a mais e a menos) na Savoye e na del Fascio (olá, e o que é o Gropius e o Meyer "apagaram" aqui a uma das entrada na Bauhaus...), fartei-me de aprender...
E até coisas, sobre a ética fascista (republicana!?) dos concursos públicos na Itália (de Mussolini...)
Para qualquer coisinha - já sabem... - à (com e sem "h") caixa de comentários...
Eu conto tudo... menos o preço do livro... que para pornografia já bastam as actualidades...

PCS, o Corbu, no "andar nobre" das simétricas em Weisse (qualquer coisa...) :) teve que arregimentar uma "excepcional diagonal" (daquelas dos quadros puristas...) para encaixar um "compartimento sanitário" mais largo que a largura do corredor "vagon" :)
hilariante :)

4 Comments:

Blogger alma said...

ando tão entretida em manifestações :)
e a fazer up grades à esquerda que resta-me pouco tempo para literatura séria LOL

7:15 da tarde  
Blogger AM said...

leve o CCCP prá manif LOL :)
a literatura séria é como as mulheres... :)

9:56 da tarde  
Anonymous PCS said...

Weissenhof: a coisa tem tanto de genial (como sempre) como de sinistro: o corredor wagon não é coisa que se recomende...
Abraços

12:41 da manhã  
Blogger AM said...

isso :)
mt obg, pelo coment (e pelo "brinde") :)
a outra do lado, a isolada, do mesmo autor, também é cá uma coisa... :)
aquela empena quase cega do lado da entrada (o lado da escada interior) também é fina :)
depois, um dia, empresto-te o livro
ab

11:46 da manhã  

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