strangers in a strange town

correndo o risco de chocar (de pavor) algumas almas mais... "poéticas" :) diria que não existem diferenças (por aí além...) "assinaláveis" (diria mesmo que são mais as "repetições" que as "diferenças"...) entre (os "barões" da arquitectura...) Rossi e Siza...
em ambos (os autores, as obras), a "crença" nas virtudes "reconstrutivas" do "quarteirão", sobrepõe-se a outras leituras (formais - os "tiques" próprios da "linguagem" de cada "autor"...) de menor (para a "arquitectura da cidade"...) significado
é verdade que onde Rossi é "fechado", Siza é "aberto"
é verdade que onde Rossi é anti-moderno (espero não ser preciso desenvolver o "tema" da "anti-modernidade" da obra de Rossi e para além disso estou apenas a escrever a mesma coisa por outras palavras...) que onde Rossi é anti-moderno Siza vinca (nos "vincos" dos volumes modelados pela luz...) uma declaração de... "fidelidade" (à arquitectura moderna, evidentemente...)
mas até essa aparente diferença, joga a favor, e em ambos os casos, das características dos "bairros" em que cada um dos projectos está... "inserido" (e como esta conversa da "inserção" deve parecer coisa de kota...)
em Schützenstrasse (perto do "centro"...), um Rossi (como quem se veste de uma forma um bocado apalhaçada - mas não tão apalhaçada quanto as fotos possam fazer parecer... - para uma "noite @ the ópera"...) um Rossi "formal"
em Kreuzberg (o que eu andei e passei para lá chegar...) um Siza "informal" (muito à semelhança do que também propôs para outros "projectos urbanos" em Lisboa e no Porto...) um Siza "informal" (mais "tenso" que "distendido"...) e - como então se dizia... - "fragmentário"...
de outra maneira aliás (é o Zeitgeist, estúpido!) não poderia (deixar de) ser
deriva po-mo - rumo à auto-paródia - em edifícios "chaleiras" (chalados...) e outras cristaleiras!?...
Rossiano (se por "rossiano" se preferir a obra maior de Gallaratese, se por "rossiano" se entender a qualidade - poética... e política... - de transformação da expectativa...) Rossiano é o (conjunto do) Bonjour Tristesse...
da irrelevância da pormenorização que tanto (pelo 80's...) nos en-cantou, da "poesia" (sem grande graça...) do pilar que não toca no chão, da duvidosa eficácia compositiva da fenestração (da incapacidade de resistir - um "póquito" melhor... - ao consumismo mais banal do triste cafézito da loja do gaveto...) não reza esta posta
mas também não iriam achar grande piada ao que eu teria para descascar na composição um pouco anedótica e na cor primária (por descascar...) do vosso Rossi...