terça-feira, fevereiro 24, 2009

Igreja das Águas / Arquitectos de Renome

Desarriscado do link para o Aalto (e, por arrastamento, para o Melnikov) permanece a questão: Qual é a "origem do desenho" da planta da Igreja das Águas?
Já dei voltas aos miolos, corri as a-lembranças todas, e não cheguei a nenhuma conclusão...
Há o "capitoline" do Michelangelo... mas isso parece-me ainda mais distante (no espaço e no tempo...) que as outras duas...
Uma abordagem "académica", arquitectónicamente "correcta", de acordo com a leitura "oficial" (funcionalista...) do cânone moderno, faz (o "corredor" entre "bancadas", a "questão" da propagação e reverberação do som...) algum sentido. Uma outra (abordagem) mais "simbólica" (a "convergência" para o altar...) hereticamente pós-moderna (não que isto dos ismos tenha qualquer importância...) também não me parece muito mal...
Bizantinisses...

31 Comments:

Blogger alma said...

:)
nunca digam que não ao Am:))))

11:45 da tarde  
Blogger AM said...

sou assim tão terrível!?... :)

12:12 da manhã  
Blogger alma said...

nada disso :)))))
pelo contrário :)é delicioso ...
neste país de mofinos :)

12:45 da manhã  
Blogger alma said...

qt à sua questão :)contrariando a ciência parece que a "origem da criação " em Portugal é sempre de geração espontânea... :)

1:01 da manhã  
Blogger AM said...

sim... é tudo por "partenogénese"...
desde que não confundam (cof, cof) a igreja da águas com o santuário de fátima...

8:18 da tarde  
Blogger sergiodiassilva said...

Eu sei, eu sei! É uma fusão de dois projectos de igrejas na Suiça de um tipo (não me lembra agora o nome) suiço que andava por aqui nos anos 40 a dar formação ao Movimento de Renovação da Arte Religiosa. A planta é igual à d'uma, a forma é igual à d'outra. Mas ainda ninguém me deixou dizer que o "primeiro exemplo da 3ª via" não é 3ª via, é só uma referência nova (os Suiços, sempre os Suiços). Mas eu não desisto de o afirmar.

1:50 da tarde  
Blogger AM said...

mt obg, sergiodiassilva
até fiquei com inveja...
eu li esses livros sobre a arte portuguesa dos 40's nas bibliotecas da capital mas não "registei" (e nessa altura não me falhava uma...) esse link... mas é claro que na altura também não conhecia esta da Águas do Teotónio...
igrejas, dos suíços, anteriores à WWII, gosto muito da de St. Antonius do Karl Moser, que por acaso (e só para verem o que as coisas são...) até já referi num "post" muito velhinho sobre uma obra da igreja deste antónio cá do odp...
(está aqui: http://odesproposito.blogspot.com/2005/12/igreja-do-lousal-durante.html)
já fiz umas curtas e breves pelo emil roth, o hans schmidt, o hans meyer, o hans wittwer e o rudolf schwarz (?) mas não cheguei a lado nenhum...

8:20 da tarde  
Blogger alma said...

a caminho da igreja do lousal :)
reparei no muro :))))

o que o levou a escavar o nicho para acomodar a rosacea ?:)

8:34 da tarde  
Blogger AM said...

um neurónio (pouco) criativo encharcadinho em Venturi!!! :)))
não leu a ref. para a (ex) tucker do V.!?... :)
+ em: "Igreja do Lousal (antes)", "Igreja do Lousal (depois)" e "Igreja do Lousal (pormenor)" mas o menos mau é (ainda assim...) o "durante"...
a obra, como é costume, foi "adulterada"
nunca mais lá fui
qualquer dia vai ter que ser...

8:51 da tarde  
Blogger alma said...

Li tudo :) como sempre :))))
qd for até ao museu dou um salto à igreja :))

9:01 da tarde  
Blogger AM said...

viagem ao país dos tímidos... que vergonha... :)
o mais certo (felizmente...) é estar fechada... :)
(não sei quem tem a chave e mesmo que soubesse também não lhe dizia...) :)
o proj. é para aí de 98 e nem sequer é nada de especial... (já nem sei porque é que me dei ao trabalho de postar isso... odp tem outras coisas de que gosta muito mais e que ainda não puseram os pés no blogue...)
tenho uma para lhe contar mas tem que ser em privado... :)

9:08 da tarde  
Blogger alma said...

embora :)

9:12 da tarde  
Blogger sergiodiassilva said...

Hermann Baur, é o dito.

9:38 da tarde  
Blogger AM said...

não conheço
investiguei e fiquei (quase) na mesma
há uma igreja no MIMOA mas é posterior e é em betão aparente...
não tem muito a ver...

9:56 da tarde  
Blogger sergiodiassilva said...

Isto ainda arranjo: uma planta da igreja de Zuchwil e uma imagem do altar da igreja de Stublingen.

1:10 da tarde  
Blogger sergiodiassilva said...

Ou, melhor dizendo, o tal altar está aqui.

1:11 da tarde  
Blogger AM said...

ah, ah, genial!!! :)))
mt mt obg
não tenho como agradecer
(a não ser com um link perpétuo no odp!)
viva a blogo! :)

1:18 da manhã  
Blogger sergiodiassilva said...

Não posso garantir, mas em princípio será daqui: BARTNING, Otto, WEYERTS, Willy, "Kirchen - Handbuch fur den kircenbau".

7:50 da tarde  
Blogger AM said...

a pesquisa dá Weyers (sem "t") e kirchenbau (com "h") mas sim, lá está...
do otto, que máximo... eu tb já postei uma coisa do otto... (com o utzon e mais não sei quê...)
outras pesquisas indicam para o livro, a data de 58 (ou de 59), posterior, portanto à das Águas...
muito interessante, e significativa, a diferença no tratamento do tecto na zona ("capela-mor"...) do altar...
prolongamento da nave "em" Baur, "separado" e "plano" (mais como a central lutheran church em Portland e/ou a first presbyterian church em Cottage Grove do Pietro Belluschi...) na igreja do Teótonio
ai que isto está a ficar complicado...

10:32 da tarde  
Blogger AM said...

não será no Neue Kirchen im Erzbistum Köln, 1945-1956 de Willy Weyres!?

(ver em An Architecture of Immanence no Google livros)

11:07 da tarde  
Blogger sergiodiassilva said...

Kirchen : handbuch für den kirchenbau / Willy Weyres, Otto Bartning (1959)

É isto... logo à noite talvez eu consiga a data das igrejas; a curiosidade está em que o amigo Hermann andou cá a dar formação numas acções organizadas pelo Movimento de Renovação da Arte Religiosa (coisas muito zen, retiros de fim de semana que alternavam entre oração e discussão de projectos) nos anos 40, a convite de... Teotónio Pereira.

(as reuniões do MRAR são uma coisa extraordinária, que ainda está por estudar, como aquele momento em que o projecto do Convento de Gondomar de Távora é severamente criticado pelos colegas porque "já não se usam claustros"... o Siza chegou a andar por lá, mas cansou-se depressa)

12:32 da tarde  
Blogger AM said...

bom... fabuloso...
entre as orações e a discussão de projecto todos sabemos que não existem grandes diferenças... :)
sobre o MRAR... na maior parte das vezes tenho a impressão (mas pode ser que seja só uma imprensão...) que tudo o que é importante está por estudar
os "mestres" (a granel) dedicam-se ao sexo dos anjos com umas teses que não interessam nem ao menino jesus (que está agora muito ocupado com o "caso" de Braga...)
quem é que criticou o Távora com esse extraordinário "argumento" da "moda" (não moda) dos "claustros" na arquitectura!? :)
alguém conhecido!? :)
o Siza é esperto como um alho! :)))

8:37 da tarde  
Blogger sergiodiassilva said...

Datas das igrejas afinal não tenho, não há sinal delas nas fotocópias. Quanto aos argumentos esgrimidos, espantoso é que Távora tenha sido criticado não por uma, mas por várias vozes que se levantaram contra o claustro; a meio do Séc. XX, Távora teve de reunir razões para utilizar um claustro num convento.

(devia ter-lhe chamado "pátio"...)

9:41 da tarde  
Blogger AM said...

não sou, felizmente, desses tempos, mas essa história (cómica) do claustro para o convento ("pátio" seria demasiado plebeu
para o Távora...) recordou-me as comprometedoras implicações da utilização de uma galeria ou, muito pior, de um reaça esq./dir. (...)
os arquitectos, é a única conclusão, são uns patetas...
quanto à data do livro e das igrejas as "provas" não são conclusivas...
pelo que o sergio conta, posso apenas imaginar que o Teotónio conhecia a planta da igreja suiça ainda antes da sua publicação no livro (ou noutro!?) mencionado
o bloco das águas livres ficou na mira...

10:32 da tarde  
Blogger AM said...

eu não sei se a igreja das águas é o primeiro exemplo de uma arquitectura de "terceira via" no Portugal pós WWII, mas acho, "acredito" ("suiça" ou não...), que é um (bom) exemplo dessa mesma "terceira via"

já a possibilidade de "actualizar" essa terceira via, a possibilidade de "percorrer" (e "desenhar"...) uma "nova" terceira via - entre a herança do (luso) "regionalismo crítico" e os mais diversos "experimentalismos"... - é outra conversa...

10:33 da tarde  
Blogger sergiodiassilva said...

Houve ali uma imprecisão imperdoável; o MRAR é posterior à exposição de Arte Religiosa de 53, portanto o Baur nunca cá estaria a dar-lhes formação antes da década de 50, ou seja, antes da Igreja de Águas; o Baur está publicado numa Bauten+Wohen de 49, mas isso também é tarde demais; o Baur andava a fazer isto http://tinyurl.com/amgqyn no final dos anos 30, e faz lembrar uma igreja de um arquitecto Serra (ou seria Guerra), já não me lembro onde (mas era para os lados do Mondego, tenho isso algures... mas isso agora não interessa.) Vou ver se encontro datas, há-de estar em algum lado...

10:46 da tarde  
Blogger sergiodiassilva said...

A minha dúvida em relação a essa terceira via, existindo, é ser mais uma adaptação de modelos do que uma importação de modelos... Águas parece-me uma importação de um modelo, de uma nova tipologia, com poucas referências (daí parecer caída não se sabe ao certo de onde...). Mas isso já começa a ser uma conversa demasiado complexa para o meu nível de (in)formação.

10:49 da tarde  
Blogger AM said...

ora, modéstia, meu caro sergio
não sei se percebi a diferença entre adaptação e importação no contexto de uma arquitectura de "terceira via" (e eu ainda por cima odeio a expressão...)
assim de rajada diria que qualquer arquitectura de terceira vis deverá "cruzar" ou "fundir", as tais da "adaptação" e da "importação" dos modelos
nesse sentido é muito como o "regionalismo crítico" do(s) outro(s)
esta conversa, curiosamente (ou talvez não) recorda-me outras conversas com o JFC que passaram por Macau...

vou postar a foto da igreja
(bring tears to my eyes)
é impressão minha ou esta também não pode falhar no mnemosine da igreja do Siza de (ou do, nunca sei...) Marco de Canaveses!?...

6:24 da tarde  
Blogger sergiodiassilva said...

Não sei se tenho essa ideia suficientemente organizada para a explicar... distingo importação de adaptação sendo a primeira uma utilização quase acrítica de modelos externos e a segunda uma apropriação desses modelos e a passagem por um "filtro", uma domesticação. Falo especificamente disto em relação à igreja de Águas porque quando a visitei me desiludiu; pareceu-me que lhe faltava qualquer coisa, que faltava sentimento, embora não consiga dizer que não ache o objecto belíssimo. Como quando a visitei já conhecia as igrejas do Hermann Baur, talvez tenha entrado de pé atrás.

Lembro-me de achar muito mais curiosas experimentações como as de Lixa Filgueiras... os "exemplos perfeitos" de cada período parecem-me sempre mais automáticos e menos calorosos do que outras interpretações mais trôpegas, mas mais sinceras. Talvez seja isso; acho que falta sinceridade à Igreja de Águas. Falta-lhe ser a Igreja de Águas, em vez de ser só uma igreja em Águas...

6:46 da tarde  
Blogger sergiodiassilva said...

(já agora, se é pela igreja, talvez um link para http://guardiaodosfrigorificos.blogspot.com seja mais apropriado... não que actualize mais esse do que o outro...)

6:50 da tarde  
Blogger AM said...

parece-me bem
o lixa conheço... de nome
vou relinkar o frig.
eu de vez em quando apago links para os blogues menos... produtivos, mas não é por mal...
já não me lembrava que o frig. era do SDS...
porquê apenas um "fotoblogue" quando, como é o caso, há tanto para dizer!?...

7:19 da tarde  

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