segunda-feira, março 17, 2008

objectos mediáticos

Estes objectos mediáticos, são fait-divers, distraem as pessoas com alcoviteirices e encaminha-as psicologicamente para um ethos onde se emocionam com o acessório: a parker, o café, as 11 horas do relógio, o jogging,“o zangado”, saudades da Carla Bruni, a secretária tímida que nem é boazona, enfim, uns tipos como nós, embora um bocadinho sacanas. Acedermos ao universo de gente tão importante, é um prémio de satisfação directa na época da felicidade de massas. Claro que, pelo ridículo do falso nevoeiro, toda a gente percebe que se trata de um embuste. Uma encenação. Topados, como seria de esperar a malta diverte-se que nem uns perdidos a desbroncar pormenores. O Poder abusou da generalização do código humoristico na performance dos actores – nas sociedades sempre existiu historicamente a gargalhada espontânea, o grotesco do riso dos bobos na Idade Média, a paródia dos cultos aos dogmas religiosos, a grosseria contra as putas. Mas a partir da Idade Clássica o cómico tornou-se civilizado, os excessos e as exuberâncias são desvalorizados, a basófia é um comportamento vil e desprezado, precisamente para persuadir os tolos com a superficialidade da mensagem virtual, escondendo a obscenidade das práticas concretas sobre as vítimas.

Xatoo