sábado, março 01, 2008

Compromisso Portugal

De qualquer maneira, não há dúvida de que Portugal sempre gostou muito pouco de si próprio.

VPV, (ainda sobre o "mal-estar difuso"...) no Público de ontem

Bom... se não há dúvida (e quem sou eu...) é porque não se pode... a-dúvidar...
Também havia (e há...) o outro, que também "assentou" o cu na mesma bancada parlamentar, e que também dizia não ter dúvidas... até assentar (o cu - outra vez) na cadeira mais alta do poder e aprender (finalmente... - mas mais vale tarde...) a duvidar daquilo que, ainda assim, "promulga"...
Enfim... malhas que um primeiro mandato tece... (mas que longo intróito...)

Ao contrário de VPV eu penso que Portugal sempre gostou muito (demasiado?...) de si próprio.
Quem nunca gostou de Portugal, quem lixou, quem se está a lixar para Portugal, foram os VPV de todos os nossos desgraçados tempos.

Faço minhas as (superiores) palavras de Nuno Castelo-Branco:

O senhor Pulido Valente sempre nos habituou ao seu desânimo - relativamente aos outros, claro está - e a um certo "lavar de mãos" que tipifica o estreito mundo da intelectualidade em Portugal. A função daqueles que se dedicam a esta prestimosa Profissão, não será exactamente o cerrar dos ramos podres da árvore nacional? Decerto, todos concordarão. Mas não o fazem, limitam-se a traçar o diagnóstico.
A pergunta que coloco é simples. Além das suas habituais patuscadas inter pares e tertúlias de nostalgias do alheio - há sempre um Rimbaud, Victor Hugo ou Byron para acompanhar o old scotch -, nada de positivo ou construtivo sai daquelas sumidades. Nas universidades, falam para as suas roídas unhas, fabricando a massa de cérebros que por aí enchem os balcões dos centros comerciais que são a imagem de marca do cavaquismo, guterrismo, etc. Nos institutos, são bem remunerados e a produção que deveria corresponder ao privilégio, não encontra eco social. A escola primária, base de qualquer ensino eficaz, foi por eles demolida, quando era e é por todos aqueles que a frequentaram até 1974, uma referência de qualidade. No Parlamento, onde vaguearam a sua preguiça e arrogância, nada fizeram de notável, saindo enfurecidos por aquele areópago não se ter tornado numa espécie de claque embevecida e louvaminheira.
Produzam, criem e contactem as gentes! Apresentem a Alternativa que todos almejamos e há tanto esperamos! Penso sinceramente, que estes crânios poderiam fazer mais, muito mais. No entanto, tiveram uma oportunidade perdida na sua juventude: em vez de terem corroído o fim da sua adolescência privilegiada nas farras parisienses, ou em alguns excepcionais casos, em limpezas das casas de banho do seu país de eleição, bem poderiam ter visitado um Portugal que jamais conheceram ou conhecerão. Um Portugal dinâmico, vibrante de vida, de progresso. Uma ilusão, talvez, mas vivida por centenas e centenas de milhar que ainda têm a consciência do possível. Era tão simples! Deviam ter visitado Angola ou Moçambique dos anos 60 e 70. Patetas!