terça-feira, setembro 18, 2007

Avenidas Novas

A arquitectura actual (mas qual?) despreza o seu carácter público (mas onde... e "como"?...) em detrimento da manifestação artística que possa representar. (Porquê? O "caracter público" e a "manifestação artística" da arquitectura são "dados" incompatíveis?...) O discurso arquitectónico (dos "media", das revistas da "especialidade", da impressa dita "generalista" e, em geral, das "academias"...) está colado (descola!...) ao discurso artístico (é bem verdade, mas basta sair das capelinhas da capital e da invicta, para "achar" uma realidade bem diferente...); e a discussão política está vergada à força mercantil que os arquitectos passaram a representar (ou será, antes pelo contrário, que é a arquitectura, o discurso quase inexistente da arquitectura, que está "sub-metido" à inevitável "força mercantil" do "capitalismo tardio"?...). De um certo modo, os arquitectos não percebem os limites da sua acção (eu, radical pequeno-burguês - Yo! -, acho que os arquitectos não percebem é quase nada de nada...), porque não estão dispostos a aceitar que só o talento extremo pode justificar a excepção. (Peço desculpa... não dei por ainda existir uma... "regra"!) É este ponto que Roger Scruton defende bem. Scruton não gosta (o "problema" é dele...) da arquitectura moderna, mas não gosta sobretudo daquilo que ela advoga: uma cultura desenfreada no novo, um culto pela originalidade, uma negação do vernacular, etc, etc, e todos conhecemos o resto. (Nada a aclarar... estou plenamente de acordo com esta leitura que o Lourenço faz do "Roger"... eu próprio, tenho procurado d-escrever + do mesmo...) Onde eu discordo (e eu com ele...) é na solução. Scruton defende um regresso aos modelos que sabemos (sabemos? como?...) que funcionam. O clássico e o vernacular, ambos com uma aceitação popular alargada. Obviamente, não posso estar de acordo com isto, mas não deixo de recomendar vivamente este texto de Scruton, que explica muito bem o porquê do falhanço do modernismo. E não me venham dizer que não falhou.

O modernismo falhou? Claro que sim... arriscaria dizer... felizmente que sim... É a "crise da cultura", estúpido!... Como falharam todas as tentativas para o "reformar" (no duplo sentido da palavra...) para o retomar ou para o "substituir". O texto do Roger é que baralha tudo e não "explica" nada... Umas "bocas" (requentadas...) bem mandadas, aliás (sobre o pomposo do Pompidou, por exemplo... mas para isso já tinhamos o Colquhoun...), não chegam para disfarçar o tom "reaça" do seu (do Scruton) autor, mas vale - vale sempre... - a pena ler.

In short, escreve o Roger, what is needed (...) is not a postmodernist but a premodernist architecture. Quer dizer... OK (by me), parece-me "bem"... Ora deixa lá ver... Morris, Voysey, Sullivan (já estou a salivar...), Loos (babei-me...), os "meus" Gill ou Plecnik?... Nã... O que o "Roger" quer, são mais como o queridinho do "Quin" Terry, do Allan Greenberg, do "Bobby" Stern, e dos Hammond, Beeby and Babka (nomes verdadeiros, LOL), autores da celabrada Harold Washington Library de Chicago... (igualmente elogiada pelo "revisionista" David Watkin, na sua História da Arquitectura Ocidental...)

Vale a pena postar o "boneco"?... É que, dizem, uma imagem vale por mil palavras...

6 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Ái qui susto!

http://www.youtube.com/watch?v=PACK3CX27Qc

5:11 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Ái qui susto! Antônio Machado, vê esse vídeo légau, qui vai ser útiu para você! Depois disso, o môdernismo já vái entrá melhó, viu!

5:19 da tarde  
Blogger Lourenço Cordeiro said...

Só uma achega: sim, o "carácter público" e a "manifestação artística" são incompatíveis. Nós gostamos de ruas, das ruas que gostamos, porque os edifícios se subjugam a uma lógica urbana que os transcende. A manifestação artística, para o ser, deve ser original, deve ser uma "peça" em si. Um conjunto de edifícios objecto pode ser um belo conjunto, mas o todo nunca será mais do que a soma das partes (como na Universidade de Aveiro, por exemplo). Uma arquitectura mais silenciosa (num dos últimos números da A10 falava-se disso, na Holanda) é necessária. Nós aprendemos na escola exactamente o oposto. E se isso dá bons resultados quando há talento, infelizmente é desastroso quando isso não acontece. E é aqui que os "modelos" são eficazes, porque se assumem como um manual de instruções que é facilmente seguido, minimizando a agressão que os edifícios podem representar.

3:45 da tarde  
Blogger AM said...

res posta em:
http://odesproposito.blogspot.com/2007/09/manual-de-instrues.html

11:05 da tarde  
Blogger Gonçalo Afonso Dias said...

Basicamente não aprendemos nada na escola - ponto final.

3:48 da tarde  
Blogger AM said...

a escola não induca!

ou como diria (e disse, dasse!) o professor (pintor) Sá Nogueira na minha "escolinha" da FAUTL ao Chiado... "estas coisas não se ensinam... aprendem-se..."

11:30 da tarde  

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