domingo, maio 20, 2007

B' jorkas

Mas quando é que os provincianos do Ípsilon (do Público) e do Cartaz (do Expresso) se deixam de entrevistas e de reportagens sobre o narizinho sexy da pimba (eu é que sou o Peter "World Music" Gabriel...) da Is-lândia e dedicam parte do seu e do nosso precioso tempo, à organização do necessário "dossier" (crítica, entrevista, etc.) sobre o último dos Micro Audio Waves? Estou a ficar enjoado com tanto servilismo aos (editores dos) grunhidos guturais da "diva" pós-marreca, pan-qualquer coisa... O "Debut" é um "mau disco"? Tu lá sabes miúda... até és capaz de ter (alguma) razão... o "problema" é que os outros (à excepção do homogénico "Homogenic") são - na sua irritante pretensão, ou falta de inspiração "pop" - bem piores. E essas "colaborações" (pela "soma" dos deuses todos do politeísmo...) com o não menos irritante Antony, ou com o genial Maliano "Kora" Diabaté, não lembram ao... Malino. Lá porque te embebedaste com o Robert Wyatt e sacaste um dueto com o velho mestre (do) Prog. no anterior medúlla não fiques a pensar que a coisa é de efeito garantido...The perfect balance between the vibrancy of her poppier work in the '90s and her experiments in the 2000s, indded... ou, como se diz em bom português (técnico), a inteligente "gestão de carreira" em (automática) auto-gestão, com recurso a uns nomes "alternativos" e mais ou menos "exóticos" para disfarçar o... déjà vu.

7 Comments:

Blogger Belogue said...

não sei se diga que concordo, se discordo, como fazem os bloggers que querem um link na coluna do direita, a propósito de tudo e de nada. (estes geralmente concordam). nunca consegui ouvir Bjork durante mais de... 2 músicas. não sei, não simpatizo com aquilo. no entanto, reconheço-lhe o mérito. pode não ter sido a única, mas foi uma das que abriu uma "terceira via" para a música numa altura em que se era muito pop ou muito alternativo. E não é necessariamente mau ser alternativo. Parece que quando algo deixa de ser alternativo para passar a ser apreciado por um grande número de pessoas, temos tendência para desgostar: aquilo que era o nosso segredo é agora de muitos. Não sei se alguma vez foi o seu; nunca foi o meu,mas não lhe consigo fazer um julgamento ad hominem. Não questiona aqui a música, mas a maneira como o disco foi produzido e com que pessoas e circunstâncias foi produzido. Mas eu não sou especialista nisto, nem ouço Bjork. não quer estar, como o sapateiro, "a subir acima da chinela".

11:49 da tarde  
Blogger AM said...

mas minha cara beluga
o que é que a malta anda para aqui toda a fazer na blogo, senão a subir para a chinela, a tropeçar nos saltos altos e a magoar os ortelhos?... :)
algumas coisas avulsas:
não é mesmo nada mau ser alternativo, mas "alternativo" como, digamos assim, "categoria", já não é (nada) alternativo... é mainstream (o que tb não tem nada de mal...)
"terceira via" há muitos... para mim um bom exemplo de uma "terceira via", foram os nossos "ala dos namorados", simultaneamente populares e nada parvos
daquilo que ouvi (da música) do novo disco até gostei de algumas coisas (acabo sempre por gostar de algumas coisas), mas tem razão quando afirma que a "crítica" vai mais para a produção e para a "inflação" de colaborações (um produtor com pulso rijo - que, como diz a bjork na entrevista à actul do expresso, não "estragasse as canções com mimos" - até poderia ser muito vantajoso para a "unidade" do disco)
eu não sou especialista em música nem em bjork (bjorkiano?), sou apenas um gajo que tem a pretensão de julgar que não anda muito enganado quando escreve as suas atoardas
tb não procurei fazer nenhum julgamento "ad gaja", embora admita que a posta possa dar essa ideia ou ter essa leitura
eu sou do tempo da bjork pré-bjork, da bjork vocalista dos sugarcubes ouvidos no som da frente do antónio sérgio...
a bjork "terceira via", anos 90 e pos-debut escapou-me... (estava mt ocupado a acabar uma licenciatura...) ouvida agora, com a devida moderação, até é fixe... mas daí a "diva" não sei do quê e a destaque em duas semanas consecutivas na "actual" já acho exagero... a posta é mais sobre isso, sobre o provincianismo (ao contrário) com que nos "dobramos" às vedetas das variedades internacionais e esquecemos os nossos melhores

10:33 da manhã  
Blogger Belogue said...

ah, então está bem. a bjork é-me tão... indiferente(??) que me limito apenas a ler as páginas de destaque que lhe dão. claro, e como nas músicas, nunca mais de duas. o alternativo cair na maior parte das vezes no mainstream não, não é mau, mas é uma espécie de traição. e hoje há cada vez mais claras fereira alves da música, há procura do som mais estranho, da última novidade, do primeiro acorde, como de resto acontece nos blogs em relação às notícias. (o quinto poder?). parece uma corrida.

12:06 da tarde  
Blogger Victor Figueiredo said...

"eu sou do tempo da bjork pré-bjork, da bjork vocalista dos sugarcubes ouvidos no som da frente do antónio sérgio..."

olha também eu! Foi a fase em que mais ouvia a rádio comercial, até tinha aquilo gravado nas cassetes de fita magnética.

Mas a música anda-me a passar ao lado... Mas, por ex. já se ouvia Siouxie and The Banshees

1:02 da tarde  
Blogger AM said...

beluga

não sei se percebi... a musica da bjork não me é indiferente
se a musica da bjork me fosse indiferente, eu não me irritava (com a bjork e com as duas de seguida, na actual) e não escrevia a posta
mas o motivo pelo qual a bjork e as duas de seguida na actual me irritaram também não tem muito a ver com isso do alternativo VS mainstream e/ou com isso das "traições"
tal como tu escreveste eu penso que a bjork tem o mérito de fazer a musica que lhe apetece, só que eu não vou muito à bola com aquelas saladas muito arty de "dança" e "world"

(... da cfa tb não percebi)

v.f.

sim... dá para perceber que isto é tudo pessoal da mesma idade :)

1:37 da tarde  
Blogger Belogue said...

a clara ferreira alves é que tem sempre um novo autor norte americano, fantástico, que só ela conhece e que vai ser a sensação da saison.

5:58 da tarde  
Blogger AM said...

beluga

Só para explicar melhor o meu ponto de vista (com um exemplo)

Eu "achei" o Arnaldo Antunes por volta do excelente Paradeiro, e andava a comprar uns "oldies" do cara :) quando saiu o disco dos Tribalistas. Sei que o comprei ainda antes do natal (desse ano) mal li a (boa) crítica. Gostei do disco. Depois, foi o que se sabe... o "fenómeno Tribalistas" explodiu e daí até ao verão seguinte (e mais além) não houve descanso (nem paciência).
Ou seja, o AA passou de ilustre desconhecido a ídolo da torcida, ouvido por todos os bimbos possíveis e "imaginários" (infelizmente bem reais), aos berros, nos auto-rádios... (vi e ouvi eu com estes olhos e ouvidos...)
Não é obviamente por isso que vou deixar de gostar das músicas do AA que gosto, ou que vou "renegar" o Paradeiro ou o disco dos Tribalistas.

De vez em quando acontecem estes fenómenos...

Ou ainda...

Não me importava nada que alguns dos meus mais secretos prazeres fossem partilhados pelo maior número possível de pessoas, mas a verdade é que não estou a imaginar o MES dos The Fall a vender tanto quanto uns "alternativos" e "indies" Coldplay, ou para regressar a dois nomes mencionados na posta, o Robert Wyatt a vender tanto como a Bjork...

... eu, CFA, é mais "por do sol no Cairo"... :)

9:18 da tarde  

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