sábado, abril 21, 2007

Maison Arpel











Materializando essa sátira, um cenário que se tornaria inesquecível: a casa da família Arpel, que com as suas janelas oculares, o espaço interior onde tudo comunica, os utensílios automáticos e aquele jardim onde uma passadeira sinuosa, por entre a relva, ladeia a mais absurda fonte de toda a história do cinema, com o peixe gorgolejante que só se liga para "épater", os visitantes. Nem todos os burgueses leram, todavia, a ironia. Houve quem construísse deveras uma casa igual àquela, ainda hoje habitada em Paris!...

(Jorge Leitão Ramos, Actual, Expresso)

Há quem continue a construir, deveras, casas iguais àquela... ainda "hoje". Com janelas redondas (ou outra forma em forma de outra forma qualquer...), espaços interiores "modernos" onde (quase...) tudo comunica entre si (mas "comunica", muito pouco, com "o mundo exterior"...), gadgets ("design") mais ou menos "inteligentes" e domóticos, fontes (pilinhas) cibernéticas e caminhos "predeterminados" (sinuosos ou ziguezagueantes...) pelo vale tudo do "vale verde"... do photoshop!
Os burgueses continuam inocentes... no humor e na ironia. E os arquitectos, claro, aussi. Oh, sim, sim... Ohm Sweet Ohm...