Actualidades (pontapé no cu)
Caro José
Apesar de não ter ouvido as declarações da senhora, e de muitas vezes não me identificar com as expressões e as "formas-de-luta" do nosso sindicalismo, não posso deixar de manifestar o meu desacordo com o conteúdo e em particular com o "tom" desta sua posta.
Por onde começar...
O problema não está na avaliação, que ao contrário do que é papagueado pela central de informação do governo (e pela comunicação social a soldo...) nem sequer é nenhuma novidade. Sempre fui avaliado no exercício das minhas funções públicas.
Penso que o principal problema está nesta ilusão de "reformar" o sector público à semelhança dos "privados", como se pudessem ser realidades equiparáveis.
Estas medidas de largar borda fora os elementos (politicamente, tecnicamente, etc.) indesejáveis, ditos "incompetentes" (mas não sejamos ingénuos...), apenas visa condicionar, e manter sobre a ameaça do despedimento quem quer que ouse levantar cabelo e afrontar o "monstro" dos interesses instalados, para logo em seguida poder "troca-los" (aos "cromos") por elementos muito mais simpáticos e colaborantes com os interesses dos donos do poleiro...
Ir buscar à iniciativa privada os bons exemplos e as melhores práticas de gestão, a bem da rigorosa gestão da coisa pública (de todos nós) da nação, pois sim senhor, de acordo.
Agora ameaçar a justificadíssima contestação social às políticas socialistas (?) do engenheiro (?) com o olho da rua, ou, em homenagem ao seu blog, com um valente pontapé no cu, é que não.
O parágrafo final é particularmente infeliz.
Apesar de não ter ouvido as declarações da senhora, e de muitas vezes não me identificar com as expressões e as "formas-de-luta" do nosso sindicalismo, não posso deixar de manifestar o meu desacordo com o conteúdo e em particular com o "tom" desta sua posta.
Por onde começar...
O problema não está na avaliação, que ao contrário do que é papagueado pela central de informação do governo (e pela comunicação social a soldo...) nem sequer é nenhuma novidade. Sempre fui avaliado no exercício das minhas funções públicas.
Penso que o principal problema está nesta ilusão de "reformar" o sector público à semelhança dos "privados", como se pudessem ser realidades equiparáveis.
Estas medidas de largar borda fora os elementos (politicamente, tecnicamente, etc.) indesejáveis, ditos "incompetentes" (mas não sejamos ingénuos...), apenas visa condicionar, e manter sobre a ameaça do despedimento quem quer que ouse levantar cabelo e afrontar o "monstro" dos interesses instalados, para logo em seguida poder "troca-los" (aos "cromos") por elementos muito mais simpáticos e colaborantes com os interesses dos donos do poleiro...
Ir buscar à iniciativa privada os bons exemplos e as melhores práticas de gestão, a bem da rigorosa gestão da coisa pública (de todos nós) da nação, pois sim senhor, de acordo.
Agora ameaçar a justificadíssima contestação social às políticas socialistas (?) do engenheiro (?) com o olho da rua, ou, em homenagem ao seu blog, com um valente pontapé no cu, é que não.
O parágrafo final é particularmente infeliz.
8 Comments:
Reafirmo o que disse.Neste comentário,a parte das "medidas de largar borda fora..." é precisamente aquilo contra o que me insurjo.A ideia pré-concebida do despedimento para quem levanta o cabelo,a manutenção dos 'indesejáveis' (o termo não é meu) é sempre o argumento des resistentes à mudança que acho fundamental.
Mais,quem trabalha não tem que recear avaliações,venham de quem venham.
Quanto à D.Avoila,aconselho vivamente a audição...
De qualquer modo,aceito que não concordem com aquilo que digo.
Um abraço.
Já agora,o que sugere para os inmcompetentes,acomodados e,porque não dizê-lo,madraços da coisa pública,porque os há?
Mantê-los?Dar-lhes 10 horitas de formação para que percam a resistência ao trabalho e à mudança que sempre atestaram?
Mais 10 horitas para aprenderem a dizer bom dia e mostrarem boa catadura?
Dar-lhes mais 1 euro por cada minuto além das 17 em que se mantenham no posto de trabalho?
Mais uma vez,conheço muitos e bons funcionários públicos que devem estar bem revoltados com os calaceiros com quem repartem não o trabalho mas apenas a repartição...
Caro José
Isto dava pano para mangas...
Aliás, isto dá pano para mangas...
O José trabalha "na privada" e lá terá as suas razões.
Eu trabalho "na pública" e tenho uma vida cheia de histórias para contar...
O que está em causa, não são as avaliações (que sempre existiram) nem qualquer resistência à mudança... o que está em causa, é esta "obsessão" com os "malandros" dos funcionários públicos... mas adiante.
O José pede-me soluções (milagres?) para problemas complexos... e logo a mim que não sou candidato a coisa nenhuma...
Pior que isso dos acomodados e dos madraços, são as chefias cães-de-fila de "graxistas" incompetentes que premeiam e perpetuam o desleixo e a bandalheira, os exércitos de boys & girls pelos gabinetes e corredores, os administradores das empresas de capitais públicos na falência técnica com ordenados (e demais mordomias) literalmente milionários, o compadrio e a promiscuidade entre a politica e quase tudo o resto, a gestão danosa dos bens públicos, etc., etc. etc.
Mas já me estou a desviar da questão...
A "culpa" do estado a que isto chegou, do défice e assim, é dos funcionários públicos e não há manif. ou greve que nos valha.
Aqui pode sempre discordar.
Outro abraço.
(O José tem mail? Gostava de lhe contar algumas das minhas histórias, fora da vista dos "Peeping Tom" das caixas dos comentários.)
No topo da minha barra lateral.
Devemos separar as águas:na administração pública há vários sectores,digamos assim.Por exemplo,a minha mulher é professora,classe que está debaixo de fogo,sendo do conhecimento público algumas das barbaridades que a ministra está disposta a implementar.Todavia,ela (a minha mulher) concorda com algumas das medidas de fundo tomadas,que tentam levar a uma classe docente sem os vícios de forma de anos anteriores.A avaliação não a assusta,embora eu ache que os critérios são descabidos no que se refere à assiduidade(faltas por doença ou morte de familiar serem contabilizadas para penalizar).
Diz-me que se tem que começar por algum lado.
Suponho que este princípio deva ser válido para toda a função pública.Sei que há os "kiss ass" do chefe que por sua vez beija o cu do seu e por aí fora,mas há que começar por algum lado.Nunca irá ser um sistema estanque e plenamente justo mas,repito,tem que haver um começo.E,caro am,conheço muitos casos dos que me refere,para além dos bons.Moro numa cidade pequena e basta ir à Câmara Municipal para ver o que comenta antes,mas reitero,há que começar por algum lado.E,cá entre nós,aquilo que a D.Avoila vociferava sobre a incerteza no futuro,ai que medo e tal,talvez funcione em 1ª instância para melhorar desde logo as coisas.No sector privado já é assim.Para evitar os peeping Tom,am,vá ao topo da barra lateral e "diga-me coisas".Também posso partilhar consigo alguns casos talvez demasiado graves para serem postos aqui.
José
Concordo que não está em causa a necessidade de avaliação ou de "mudar".
Há que começar por algum lado... pois... pelos "bodes expiatórios" do défice: os funcionários públicos.
Os funcionários públicos que paguem a crise!
A maneira arrogante e mentirosa como estas "mudanças" estão a ser concretizadas não conduz a qualquer melhoria no estado das coisas, mas apenas à perpetuação da falta de motivação e brio dos ditos funcionários.
Caro am:eu não estou a defender que seja aplicada toda a verborreia do governo,que irá ser,certamente negociada.Nem o défice irá diminuir com a ida para a rua de milhares de funcionários públicos.Há medidas de fundo muito mais importantes,se calhar,para o diminuir.Mas tem que se começar a "mexer"um pouco com a administração pública.Já sabe que este governo "entra a matar",mas depois as coisas limam-se.
Não gosto é de ver os sindicalistas com o discurso de sempre,virando a cara logo à partida às mudanças que se avizinham e com argumentação muito frouxa,a meu ver.
Caro José
A possibilidade do despedimento não é o ponto de partida para começar a debater coisa alguma.
A possibilidade do despedimento por "justa causa" (pois...) é o ponto final!
O discurso dos sindicatos é mais do mesmo? Também o discurso da necessidade dos sacrifícios (para os outros...) do poder!
O Trocas-te que vá entrar a matar para o Quénia ou para o Iraque, que a função pública não é (?) reserva de caça para políticos pistoleiros!!!
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