uma coisa que eu acho curiosa no Gehry é que muito raramente a parafernália formal que vemos no exterior dos edifícios se traduz em espaços 'diferentes' e pouco convencionais quando os experimentamos pelo inteior.... fico sempre com a sensação de olhar para uma guloseima daquelas fantástica que quando provamos tem o sabor do rebuçado mais banal...(ou melhor, ficava com essa sensação, agora desconfio sempre, para não me desiludir...)
no gaudi, por exemplo, o mesmo já não acontece...porque será?
Olá Vítor Infelizmente não conheço, pelo que só das revistas e dos blogues :) Os espaços interiores também serão poucos convencionais... estou a pensar no já velhinho "vitra"... o que dizes terá a ver com algum pragmatismo muito "americano" na resposta ao programa e às mais diversas exigências "técnicas"...? Há o lado papel de rebuçado, colorido, transparente, sim... e o Gaudi, será ainda uma coisa de outro campeonato... só daqui a muitos anos o poderemos afirmar... Seja como for, e daqui a uns 200 anos quando tiverem que olhar para trás e escolher um arquitecto para fazer a história do nosso tempo... acho que lhe vai calhar a ele :)
eu acho os espaços interiores dos edifícios do Ghery extremamente convencionais, o mesmo não se pode dizer dos espaços do Gaudi que realmente seguem a mesma lógica do princípio de composição que lhes dá origem... por exemplo, o Guggenheim tem um átrio interessante (que traduz a forma do edifício) tem um sistema de distribuição e circulação interessante que se desenvolve no mesmo átrio, mas as salas de exposição são vulgaríssimas, não trazem nada de novo, remetem-nos para o museu tradicional e 'esquecem-se' daquele apetite formal que nos incendeia os olhos do exterior...
numa coisa concordo contigo, talvez o Ghery seja lembrado daqui por 200 anos, ele traduz literalmente o contexto em que vivemos, é um ilusionista e nós vivemos numa era das ilusões...
eu talvez prefira alguma precaridade e contenção...mas é tudo uma questão de diferença de sensibilidades... reconheço em todos os estilos boas e más opções... dou-te um exemplo (e para não entrarmos na arquitectura contemporânea porque muitas vezes corremos o risco de ser mal interpretados) sei reconhecer os encantos do Barroco, consigo perceber a arquitectura e sua contextualização, posso até achar que alguns edifícios foram respostas notáveis e extremamente inteligentes às exigências colocadas, mas não é de todo uma arquitectura que me erice os pelos do braço, me cause frio na barriga... não sei, nestas coisas há que distinguir a forma como raciocinamos e sentimos um edifício, são coisas totalmente diferentes...e para concluir que já vou longo, perco muito mais tempo com as arquitecturas que me emocionam do que aquelas em que apenas o racicíonio me faz gostar delas... a arquitectura do Ghery está, para mim, nesse segundo grupo
e para mim estará no primeiro mas não me perguntes porquê :) é uma coisa mais da "pele", do que dos "neurónios" aliás, se começo a pensar muito nisso...
5 Comments:
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uma coisa que eu acho curiosa no Gehry é que muito raramente a parafernália formal que vemos no exterior dos edifícios se traduz em espaços 'diferentes' e pouco convencionais quando os experimentamos pelo inteior.... fico sempre com a sensação de olhar para uma guloseima daquelas fantástica que quando provamos tem o sabor do rebuçado mais banal...(ou melhor, ficava com essa sensação, agora desconfio sempre, para não me desiludir...)
no gaudi, por exemplo, o mesmo já não acontece...porque será?
Olá Vítor
Infelizmente não conheço, pelo que só das revistas e dos blogues :)
Os espaços interiores também serão poucos convencionais... estou a pensar no já velhinho "vitra"... o que dizes terá a ver com algum pragmatismo muito "americano" na resposta ao programa e às mais diversas exigências "técnicas"...?
Há o lado papel de rebuçado, colorido, transparente, sim... e o Gaudi, será ainda uma coisa de outro campeonato... só daqui a muitos anos o poderemos afirmar...
Seja como for, e daqui a uns 200 anos quando tiverem que olhar para trás e escolher um arquitecto para fazer a história do nosso tempo... acho que lhe vai calhar a ele :)
eu acho os espaços interiores dos edifícios do Ghery extremamente convencionais, o mesmo não se pode dizer dos espaços do Gaudi que realmente seguem a mesma lógica do princípio de composição que lhes dá origem... por exemplo, o Guggenheim tem um átrio interessante (que traduz a forma do edifício) tem um sistema de distribuição e circulação interessante que se desenvolve no mesmo átrio, mas as salas de exposição são vulgaríssimas, não trazem nada de novo, remetem-nos para o museu tradicional e 'esquecem-se' daquele apetite formal que nos incendeia os olhos do exterior...
numa coisa concordo contigo, talvez o Ghery seja lembrado daqui por 200 anos, ele traduz literalmente o contexto em que vivemos, é um ilusionista e nós vivemos numa era das ilusões...
eu talvez prefira alguma precaridade e contenção...mas é tudo uma questão de diferença de sensibilidades... reconheço em todos os estilos boas e más opções... dou-te um exemplo (e para não entrarmos na arquitectura contemporânea porque muitas vezes corremos o risco de ser mal interpretados) sei reconhecer os encantos do Barroco, consigo perceber a arquitectura e sua contextualização, posso até achar que alguns edifícios foram respostas notáveis e extremamente inteligentes às exigências colocadas, mas não é de todo uma arquitectura que me erice os pelos do braço, me cause frio na barriga... não sei, nestas coisas há que distinguir a forma como raciocinamos e sentimos um edifício, são coisas totalmente diferentes...e para concluir que já vou longo, perco muito mais tempo com as arquitecturas que me emocionam do que aquelas em que apenas o racicíonio me faz gostar delas... a arquitectura do Ghery está, para mim, nesse segundo grupo
e para mim estará no primeiro
mas não me perguntes porquê :)
é uma coisa mais da "pele", do que dos "neurónios"
aliás, se começo a pensar muito nisso...
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